quinta-feira, 2 de março de 2017

Cérebro em Chamas

Cada reação do corpo durante o sexo está ligada a uma função cerebral. Veja o que acontece na hora H.


De repente, dá a impressão que o ambiente ficou muito mais quente. Você sente o coração disparar gradualmente, até parecer que vai sair pela boca. Os pelos arrepiam a cada toque, e a corrente sanguínea fica como um rio sob uma tempestade.
Todos os sentidos estão extremamente sensíveis, e é ai que os neurônios fazem do cérebro uma pista de corrida de fórmula 1.

E se for a primeira vez, as pernas e as mãos parecem que ganham vontade própria de tanta tremedeira. Mas, da mesma forma que tudo se acelera, no fim, parece que o tempo vai parando conforme o ritmo do coração, lentamente diminui.

Fruto da imaginação?

Por mais fantasiosas que pareçam, todas essas reações durante o sexo ocorrem devido a alterações em diferentes estruturas cerebrais que, consequentemente influenciam no funcionamento de todo o corpo naqueles momentos.
Como explica a professora de neurociência Marta Relvas, o comportamento sexual do ser humano primordialmente não se desenvolveu devido aos fins reprodutivos da espécie. A profissional explica que esses traços comportamentais se originaram em decorrer “do desenvolvimento das bases sensorial, motora, emocional, cognitiva, perceptiva e psíquica”.

Como funciona

Durante a relação sexual, o cérebro muda o funcionamento do corpo temporariamente. Assim como acontece durante uma crise de ansiedade- quando o órgão reage aumentando a produção de determinadas substâncias, preparando a pessoa para uma situação de luta ou fuga – “no sexo, as áreas cerebrais do hipocampo, hipotálamo e o córtex são ativadas durante a geração e expressão de comportamentos de natureza emocional/sexual”, afirma Marta.

No auge

Quando o sexo atinge o ápice, ocorre uma explosão emocional. O cérebro libera por meio do sistema límbico, o neurotransmissor dopamina, que tem a função de promover a satisfação após a transa.
Conectado com esse processo também está ligado o sistema glandular, responsável pela liberação de hormônios nas glândulas sexuais (isso tudo ocorre de forma automática pelo corpo). E são exatamente esses hormônios, como explica Marta Relvas, que impedem o cérebro de ter processos cognitivos muito elaborados na hora H. A ação que segundo a especialista, pode ser considerado um mecanismo de defesa do ser humano. Os responsáveis por toda essa excitação e espasmos musculares involuntários são o hormônio adrenalina, o neurotransmissor acetilcolina e o ácido gama-aminobutírico (GABA).
Depois dessa descarga adrenérgica, o corpo percorre o sentido contrário para encontrar equilíbrio (homeostase). “Em outras palavras: enquanto a adrenalina acelerea as ações das funções involuntárias do corpo, a dopamina e a serotonina promovem a calma do momento, após o ato sexual”, finaliza a professora.

Diferença entre os sexos

Em relação às questões de reação do corpo aos estímulos cerebrais, ambas os sexos possuem grande semelhança. Isso porque a adrenalina, dopamina e serotonina atuam igualmente para ambos.
O que muda nas respostas à relação sexual são os hormônios que provocam seus comportamentos característicos: “na mulher, os hormônios produzidos são: a ocitocina, a progesterona e o estrogênio, enquanto no homem, a estimulação hormonal produz a vasopressina e a testosterona”.

Além disso, há outra peculiaridade que explicaria o porquê de o orgasmo ser mais intenso nas mulheres. Pouco antes do tão esperado momento platô, a desativação de regiões do lobo frontal é mais evidente no sexo feminino. E isso sugere que, durante o orgasmo, ocorra a diminuição de respostas racionais a estímulos emocionais e instintivos. 
Saiba Mais Aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário